17.4.17

Tipografia de bolso

Jonathan Franzen tem o hábito de escrever uns tijolos. E os dois que li até agora - The Corrections e Freedom - são um excelente e o outro muito bom. Por isso queria ter (e quem sabe ler) logo o mais novo romance do autor. Mas Purity deve pesar um quilo e pouco na sua versão de capa dura (e, sabendo inglês, não havia nem o motivo da língua nem o do preço para comprar a tradução). Acabei encomendando a versão pocket.

Eu tinha lido os títulos anteriores em versões de bolso. A tipografia menor e mais apertada foi compensada pelo peso e a facilidade de carregar - o que acaba adiantando a leitura (falamos da minha insistência em comprar ficção em papel depois). No geral, as edições da Picador eram bem confortáveis. O mesmo não pode ser dito de Purity na versão da editora inglesa 4th State, que saiu primeiro. Encomendei e fiquei muito decepcionado ao vê-la pessoalmente.

Eu tenho quse quarenta anos e minha visão está mudando: a miopia com que convivo desde os nove anos está reduzindo aos poucos e há uma dificuldade crescente em ler letras miúdas. Meu oftalmologista está, admitidamente, adiando miha mudança para lentes bi ou multifocais. Portanto Purity parece ilegível para mim. Talvez conseguisse com uma lupa, mas resolvi desistir.

Outro dia vi na livraria a edição da Picador para o título. Dei uma folhada e vi diferença na tipografia e no número de páginas - umas 150. Cheguei em casa e tentei ler umas páginas aleatórias para conferir a diferença. Acabei não resistindo e comprei a versão americana, meio a contragosto, mas reconhecendo que a edição inglesa ficaria para sempre intocada.

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